Brasil

13º Ato do Programa Ufal em Defesa da Vida reflete sobre 50 anos da ditadura

Não adianta dizer que esse drama não lhe diz respeito. De um modo ou de outro, a vida de cada brasileiro foi afetada pela Ditadura image_largeMilitar. Pode ter sido de forma trágica, com tortura, desaparecimento, exílio, como aconteceu com milhares de pessoas. Pode ser que tenha sido de forma silenciosa, pelo que não se pode ouvir ou falar nesse período.

São 50 anos do decreto da Ditadura Militar. Não faz muito tempo, as feridas ainda não cicatrizaram. A Comissão da Verdade, organizada para esclarecer fatos desse período sombrio ainda colhe relatos de pessoas sequeladas física e psicologicamente por causa da passagem pelos porões da ditadura. A imagem utilizada para divulgar o ato, um homem nu pendurado no pau-de-arara, choca principalmente por sabermos que era o Estado o autor de tão cruel forma de “tratamento” aos cidadãos tidos como “perigosos”.

Torturadores ainda convivem impunemente em meio a sociedade, sem que seus crimes sejam apontados. Familiares ainda buscam saber o que aconteceu com parentes que simplesmente desapareceram do mapa. Outros querem ao menos localizar os ossos para encerrar uma história que ainda dói muito.

É por isso que essa história não pode ser esquecida. Ela ainda nem acabou! Por isso, nos dias 31 de março e 1º de abril, a Comissão da Verdade, OAB, DCE, UNE, CUT, ADUFAL, Partidos Políticos e o Movimento em Defesa da Vida, coordenado pela Pró-reitoria Estudantil da Ufal, que iniciou a organização deste evento, esperam que os estudantes, professores e a sociedade de uma forma geral venham participar das atividades. A primeira mesa-redonda, na segunda-feira, 31 de março, às 9 h, terá como tema “50 anos da Ditadura Militar no Brasil: Para que não se esqueça! Para que nunca mais aconteça!”. Os palestrantes tem muito a dizer sobre isso, por experiência própria. São eles Edval Nunes Cajá e José Costa.

O sociólogo Edval Nunes da Silva, conhecido como “Cajá”, foi preso e torturado na década de 70. Ele assessorou D. Hélder Câmara, que ficou conhecido como “Bispo vermelho” pela defesa intransigente dos direitos humanos. Cajá nasceu numa pequena cidade paraibana e se tornou comunista quando entrou no seminário de Cajazeiras, depois, quando se mudou para Recife, trabalhou como assessor da Arquidiocese de Olinda e Recife. Nesse período ele foi preso pela polícia política, em 1975.

Durante a tarde, o ato será cultural, com a realização do Papel no Varal: Liberdade, a partir das 17h, na praça do Restaurante Universitário. Ricardo Cabús vai coordenar a atividade de declamação de poesias em homenagem à memória dos que caíram lutando pela liberdade. Também vai participar o vocalista da Banda Vibrações, Luiz de Assis.

No dia seguinte, terça-feira, 9h, haverá a mesa redonda “Histórias Reveladas pelos presos políticos e familiares”, com a participação de Marivone Loureiro, Valmir Costa, Fernando Costa e José Nascimento. “Será uma oportunidade impar para nos reunirmos e refletirmos em torno deste acontecimento histórico, que teve repercussão significativa na vida política brasileira, para podermos valorizar as conquistas da democracia, da liberdade de expressão e de organização política”, ressalta Ruth Vasconcelos, coordenadora do Programa Ufal em Defesa da Vida.

Ascom UFAL

Em ato, professores pedem votação do PNE e 10% do PIB para a educação

BETO NOCITI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

BETO NOCITI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Cerca de 2,5 mil professores de todo o país estão reunidos na tarde desta quarta-feira (19) em frente ao Palácio do Planalto em um ato por melhorias na educação. Mais cedo, eles se concentraram no gramado do Congresso Nacional com faixas, cartazes e apitos.

De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, as principais demandas incluem o cumprimento da lei do piso, a votação imediata do Plano Nacional da Educação (PNE) e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação.

“Nossa luta é em defesa da escola pública, de uma escola digna para a população brasileira. A escola pública precisa ser tratada com respeito e investimento porque é uma escola aberta a todos”, disse.

Reni Nunes, professora de educação especial, veio do Paraná para participar do ato. “Viemos reivindicar a fixação do professor dentro do seu estabelecimento de ensino e o cumprimento do piso. Tem prefeitura que não está pagando o piso correto aos professores.”

José Carlos Martins, professor de Águas Lindas (GO), também criticou a não adesão das prefeituras ao pagamento do piso nacional. “A educação no Brasil está à deriva. Não está seguindo o rumo que deveria para uma educação de qualidade. Os profissionais não são valorizados”, ressaltou.

De acordo com a CNTE, a expectativa é que o ato abra caminho para uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff.

Cerca de 30 homens do batalhão da Polícia do Exército fazem a proteção do Palácio do Planalto enquanto a Polícia Militar do Distrito Federal tenta organizar os manifestantes.

Fonte: UOL

Ministro da Educação confirma visita a Alagoas em Abril

Ministro da Educação, José Henrique Paim

Ministro da Educação, José Henrique Paim

O  ministro da Educação, José Henrique Paim, confirmou que visitará Alagoas no início do mês de abril para participar do VII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular que acontece em Maceió.

O VII Congresso visa promover um encontro entre educadores, empresários e profissionais do setor da Educação e tratar da nova realidade proposta pelas mídias – devido ao avanço da tecnologia e do acesso a informações – pelos profissionais, pais e alunos. Cerca de 500 pessoas são esperadas este ano em Maceió.

José Henrique Paim assumiu a pasta no dia 30 de janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff também trocou os chefes da Casa Civil e Saúde.

País terá de colocar cerca de 1 milhão de crianças na pré-escola até 2016

9di8t4kn4xkwbnq2iv3cn0ze6Para cumprir uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a universalização da educação infantil, o Brasil terá de criar 1 milhão de vagas na pré-escola até o ano de 2016.

Os dados são de um levantamento realizado pelo movimento Todos Pela Educação com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2012. Os números mostram que, hoje, 20% das crianças com faixa etária de 4 e 5 anos estão fora da escola.

Para os especialistas, tão importante quanto o cumprimento da meta é a garantia de que o atendimento será feito com qualidade.

“A implementação dessa meta é muito complicada porque, além de abrir a vaga, é preciso ter o espaço adequado, bons equipamentos de lazer e um programa pedagógico que sustente o trabalho”, afirma Silvia Colello, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

“As salas de educação na pré-escola não podem ser depósitos de criança. Muitas vezes a escola não tem estrutura, não tem brinquedo pedagógico, não tem um acompanhamento com qualidade”, afirma Silvia.

Incluir não basta

Uma mostra de que só a inclusão não é suficiente pode ser observada no próprio levantamento. Dentre todas as regiões, a Nordeste é a que registra o maior porcentual de crianças na pré-escola: 87,5% dos pequenos com 4 e 5 anos estão matriculados. Apesar disso, a região apresenta baixo desempenho na Prova Brasil, que avalia os estudantes do ensino fundamental.

“Com isso, a gente vê que não é suficiente a presença das crianças na sala, mas que para ter impacto é preciso de qualidade”, afirma Alejandra Meraz Velasco, gerente da área técnica do Todos Pela Educação.

Enquanto o Nordeste tem 87,5% das crianças matriculadas na pré-escola, na outra ponta a região Norte registra índice de apenas 70%. O Centro-Oeste tem 73,9%, o Sul, 75,4% e o Sudeste. 85%.

Desigualdade de acesso

O levantamento também mapeou a desigualdade por renda. No Centro-Oeste – que tem a maior distância entre taxas – enquanto 96% das crianças das famílias mais ricas frequentavam a pré-escola, apenas 62,5% dos mais pobres estavam matriculadas nas instituições de ensino. “Isso mostra que, independentemente da região, aqueles que têm oportunidades colocam o filho na escola mais cedo”, diz Alejandra. 

O acesso das crianças na zona rural também é menor. Enquanto cerca de 84% das crianças que vivem nas regiões urbanas vão para pré-escola, na zona rural o índice cai para 73,2%.

Para a professora de Educação da UFMG Mônica Correa Baptista, a diferença tem duas explicações: a dificuldade da oferta do e a falta de um plano pedagógico que atenda as particularidades da zona rural. “Muitas vezes, são comunidades pequenas, que não têm escolas e que muitas vezes não têm estrutura para o transporte das crianças. (…) Além disso, o ensino no campo tem que pensar nas especificidades do campo. Não dá para pensar na mesma lógica da cidade”, diz.

Desafios

Diante desse cenário, cada município precisa descobrir qual será o seu desafio, explica Alejandra. “Para alguns, será a questão de encontrar locais para abrir unidades de pré-escola, para outros será encontrar professores para atender a demanda”, diz.

Isso além da necessidade da crianção de uma base curricular comum, já que o ensino da pré-escola se tornou obrigatório. “É preciso uma base que estabeleça o que todas as crianças têm que aprender para que, de fato, a educação contribua em uma fase tão crucial, que o Brasil ainda patina”, avalia Alejandra.

Mônica, da UFMG, chama a atenção para o problema do financiamento. “Creches e pré-escolas fazem parte do Fundeb, mas não há um dispositivo que obrigue que um montante seja investido na educação infantil”. Sem essa obrigatoriedade, diz ela, as escolas de educação infantil ainda são as mais precárias, com mais improvisações. “Os materiais e espaços precisam ser apropriados para essas crianças, não pode ter a mesma estrutura de uma escola para os mais velhos.”

Por fim, diz Mônica, o tempo de aula na pré-escola também deveria ser maior. “Acho quatro horas e meia muito pouco. Teria de ser seis horas.”