Há cada vez menos concluintes nos cursos de licenciatura
A cada ano, um número cada vez menor de estudantes conclui cursos de licenciatura. Em 2013, esse universo foi de 201.353, valor 17% inferior ao registrado em 2009 (confira abaixo). O encolhimento é puxado pelas instituições particulares, que em cinco anos deixaram de formar 35.709 alunos. Em oposição, o número de matriculados e de ingressantes continua em ascensão. Os primeiros cresceram 15% no período, e os ingressantes, 18%.
Segundo José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP e presidente da Fineduca (Associação Nacional de Pesquisadores em Financiamento da Educação), os dados indicam que os alunos estão se evadindo dos cursos, motivados, possivelmente, pela desvalorização da carreira docente. Outra razão seria a saturação do mercado. “A diminuição de concluintes nas particulares tem uma razão econômica. Por que eu vou pagar uma escola privada se não há falta de professores no mercado e se o salário não é compensatório?”, diz o professor que, recentemente mostrou em um estudo que o número de formandos em licenciatura, entre 1990 e 2010, é maior que a demanda em todas as disciplinas, com exceção de física, ciências e língua estrangeira. A falta de professores nas duas últimas, no entanto, é fruto de uma diferença na contabilização das informações.
“Em vez de estimular a criação de novas licenciaturas, o governo deveria incentivar o preenchimento de todas as vagas da rede pública e zelar para que boa parte dos ingressantes conclua o curso com sucesso”, afirma Marcelino. Isso poderia ser alcançado com a valorização da carreira, com o aumento dos salários, e também com estímulos para os estudantes de licenciatura.
Fonte: Revista Educação