Jornal Extra: Sinpro/AL encaminha pedido de investigação contra médico ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas
A diretoria do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro/AL) enviou ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) pedido de abertura de investigação contra o médico do trabalho, Fabiano França, CRM 4936/AL. A denúncia aponta que o médico estaria tentando convencer professores a assinarem exames médicos com datas retroativas. A denúncia também foi encaminhada ao Ministério Público do Trabalho (MPT/AL).
Segundo dados contidos no documento, vários professores do Colégio Santa Amélia, em Maceió, procuraram o Sinpro para denunciar que Fabiano França, contratado pela instituição de ensino para atendimento médico ocupacional, tentava convencer os mesmos com o intuito de ludibriar a fiscalização do Cerest (Centros de Referências Especializados em Saúde do Trabalhador) e Ministério Público do Trabalho e assim resguardar o colégio de “qualquer punição pelo não cumprimento das normas regulamentadoras exigidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.”
A prática ilegal seria de o servidor assinar exames médicos realizados no mês de julho de 2016. Nada demais se as datas contidas no papel de fato correspondessem ao dia da realização do procedimento. Porém, o que chamou a atenção e deixou os professores revoltados foi o fato de os exames virem com datas dos anos de 2014 e 2015.
A denúncia foi encaminhada no último dia 19 e a entidade classista aguarda providências cabíveis por parte dos órgãos competentes. A reportagem do jornal Extra manteve contato com o Cremal. A informação é de que como a denúncia é recente, dia 20 deste mês, o documento encontra-se na corregedoria e depois será enviada à presidência. O passo seguinte é escolher um conselheiro para “tocar” a sindicância. Apesar da insistência do repórter em saber quais os procedimentos do Conselho em relação a casos semelhantes, não houve resposta.
O Diretor presidente do Sinpro/AL, Eduardo Vasconcelos, disse que práticas que prejudicam o trabalhador são constantes, principalmente em relação à qualidade dos exames. Segundo ele, é comum o médico dar apenas “uma pincelada e atestar que o servidor está apto para o trabalho”, fato que prejudica a categoria.
Vasconcelos disse ainda que o problema se agravou após o Sindicato pedir ao MTE que fiscalizasse se os estabelecimentos de ensino de Alagoas estavam cumprindo as normas regulamentadoras exigidas por aquele Ministério. Como várias tinham pendências, para não ser multadas resolveram fraudar documentos, como foi o caso da Escola Santa Amélia. “Há médicos que ficam em conluio com a escola para prejudicar os professores, mesmo infringindo as normas do Ministério do Trabalho”, criticou o presidente do Sinpro ao acrescentar que tal prática já virou mercadoria.
Ele argumentou que escolas que hajem respaldadas com práticas como essa devem sofrer punição. Além do que o sindicato está sempre em alerta para ajudar a categoria a fim de que esse abuso acabe. “Vamos cobrar sim dos órgãos competentes. O professor já é tão penalizado em outros fatores e não é justo absorver mais essa carga negativa”, afirmou Vasconcelos.
Fonte: Jornal Extra de Alagoas