Sinpro/AL parabeniza os 10 anos do jornal Tribuna Independente

(10 anos do Jornal Tribuna Independente)

O presidente e o vice-presidente do Sindicato  dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL), Eduardo Vasconcelos e José  Nivaldo Mota, respectivamente, estiveram presentes  no café da manhã  em comemoração aos 10 anos  do jornal  Tribunal  Independe. O impresso  simboliza uma bandeira  de luta em favor  da imprensa livre e dos trabalhadores.

O Sinpro/AL deseja vida longa para o jornal e parabeniza  pelos seus relevantes serviços  prestados em prol de Alagoas.

Um pouco de história

O jornal Tribuna Independente completa dez anos de resistência e luta no mercado de jornalismo em Alagoas e seus cooperados, da Cooperativa de Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf), lembram as dificuldades e conquistas durante esse tempo.

Tudo começou em 2007, quando os funcionários da antiga Tribuna de Alagoas estavam com dois meses de salários atrasados e convivendo com desculpas sem fundamentos dos antigos patrões. Diante desse cenário, jornalistas, gráficos e o pessoal dá área administrativa resolveram cruzar os braços e iniciaram, no dia 16 de janeiro daquele ano, uma vigília em frente à sede da empresa para pressionar o pagamento dos salários atrasados.

O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) e o Sindicato dos Gráficos do Estado de Alagoas (Sindigraf) deram suporte político e logístico às reivindicações dos trabalhadores da então Tribuna de Alagoas quando eles decidiram acampar em frente à sede da empresa. A mobilização teve início numa sexta-feira, dia em que nos jornais eram finalizadas duas edições de fim de semana: a de sábado e a de domingo.

O diretor de jornalismo à época sempre tentava convencer os trabalhadores a voltar aos postos de trabalho, afirmando que o pagamento dos salários estava a caminho, o que nunca aconteceu.

A situação levou os dois sindicatos, Sindjornal e Sindigraf, a convocarem uma assembleia, realizada no acampamento em frente à sede do jornal.

A assembleia definiu que ninguém voltaria ao trabalho até que os salários fossem pagos e que não se arredaria o pé dali. A luta iria continuar. O horário para o fechamento do jornal foi se expirando e com o passar das horas todos começaram a perceber que aquela batalha estava apenas começando. Ao final da noite, se decidiu pela realização de um piquete no dia seguinte.

As vigílias ocorriam em turnos revezados na grama em frente ao prédio por causa do receio de que os empresários dilapidassem o patrimônio do jornal.

Os sindicatos colocaram faixas e carro de som para denunciar aquele calote e o que estava sendo feito com a empresa e com os 140 trabalhadores, largados na rua da amargura.

Todos os dias, reuniões e assembleias de avaliação do movimento eram realizadas. Muitas foram as tentativas de negociação e de se chegar a um consenso para toda aquela situação constrangedora. A crise da Tribuna de Alagoas estava exposta para a sociedade.

Os débitos de fornecedores, gastos excessivos dos diretores com farras, viagens de lazer para a Europa e uso sem limite do cartão de crédito institucional foram os fatores que levaram à falência da empresa, na fase administrada pelos últimos patrões.

Foi então que uma das assembleias foi a mais decisiva para os trabalhadores acampados na porta da empresa. Jornalistas e gráficos decidiram ocupar o prédio e fazer edições semanais para que fossem distribuídas nos atos, piquetes e mobilizações que realizariam, colocando para a sociedade alagoana toda aquela situação.

Além dessas edições, um blog foi elaborado. Ele era atualizado diariamente com postagens dos relatos e fotos, além de inúmeras mensagens e comentários de apoio sobre todo aquele processo. As edições semanais da agora Tribuna Independente, ora saíam aos domingos e outras vezes na segunda-feira.

Rebuliço

A primeira edição semanal do jornal Tribuna Independente causou rebuliço na cidade. Na primeira manifestação para divulgação do jornal, na Avenida Fernandes Lima, o trânsito foi interrompido de um lado da pista, com faixas, carro de som contando toda a luta travada.

Os credores cobravam os débitos; assinantes reclamavam que tinham pago por um jornal que não estavam recebendo; diversas pessoas e empresas, que também foram enganadas, reclamavam do calote. E nesses momentos era explicado o que estava acontecendo.

Quando as primeiras edições semanais foram saindo, os jornalistas e gráficos iam para os sinais de trânsito para vender o produto colocando o desabafo para a população.

Então, a ideia de criar uma cooperativa que reunisse as duas categorias começou a tomar fôlego. Para que isso se tornasse realidade era necessário ter o aval dos donos do prédio onde a antiga Tribuna de Alagoas funcionava, que era a família Farias, e também do Banco do Nordeste, financiador do maquinário.

Surge a JORGRAF

Com garra, coragem e resistência, sob o comando dos trabalhadores e depois de discussões sobre uma alternativa de reinserção no mercado de trabalho, nascia a Jorgraf, primeira cooperativa de jornal com duas categorias do país, que teria como principal produto o jornal Tribuna Independente. Sua primeira edição diária circulou no dia 10 de julho de 2007.