Reajuste salarial: mediação no Ministério Público do Trabalho frustra categoria
Há meses se arrasta as negociações entre o Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL) e o Sindicato das Escolas sobre o reajuste salarial da categoria. Não havendo avanço nas negociações entre trabalhadores e o setor patronal o caso foi levado o Ministério Público do Trabalho (MPT), onde já houve algumas rodadas de negociações durante audiência de mediação.
O motivo para o não fechamento de acordo é o percentual ofertado pelo Sindicato das Escolas: 8,5%. Vale ressaltar que o percentual de 8% foi oferecido na última mediação no MPT. O Sindicato dos Professores de Alagoas entende que o número apresentado é desproporcional, não atende os anseios da categoria, desprestigia e desrespeita o trabalho do professor.
Os diretores do Sinpro/AL presentes na audiência do Ministério Público do Trabalho, José Nivaldo Mota e Fernando Cedrim se posicionaram conforme deliberação da assembleia dos professores, onde “o reajuste mínimo deveria acompanhar a inflação do período, de acordo com o INPC, ou seja 11%”.
A diretoria do Sinpro/AL segue sustentando o que foi proposto pela categoria durante assembleia, respeitando a coletividade e os princípios éticos e morais que sustentam essa base de trabalhadores. O Sindicato dos Professores garante que seguirá deliberando suas decisões de reajuste junto ao setor patronal sempre em conjunto com os professores.
Estiveram pressentes na audiência os representantes da comissão de negociação das escolas: Sandra Toledo, colégio Santa Úrsula e José Neto, colégio Contato. Vale salientar que os representantes do Sindicato do Ensino Superior não compareceram na audiência de mediação.
Sem acordo
Pautas defendidas pelo Sindicato dos Professores de Alagoas continuam sendo negadas pelos representantes das escolas, como: unificação do calendário referente a férias, recesso, algo que não gera custo nenhum para escolas, mas se quer são discutidas. Há professores que trabalham em mais de um estabelecimento de ensino e estão há 10, 15, 20 anos sem férias, devido a desorganização do calendário.
Outro ponto explicitado que o Sinpro defende, mas os estabelecimentos de ensino se negam a negociar é o pagamento através de conta corrente, para evitar coação, já que muitos professores recebem menos e assinam no contracheque um valor diferenciado. Isso é uma prática comum detectada pelo Sinpro e os órgãos competentes.
Estamos de olho
É importante que os professores saibam o principal argumento para o ínfimo percentual ofertado pelo setor patronal: a crise. Pois é, a famigerada é o argumento de históricos empresários que sempre viram na educação uma forma de escravizar trabalhadores e se tornaram milionários.
Há anos o país esteve no auge da pujança econômica e sabe o que o professor ganhou com isso? Nada. A lógica do setor patronal não é um paralelo, mas sim uma via de mão única. A regra é suprimir direitos, vencimentos, aumentar trabalho, cobrar, cobrar e cobrar do educador!
Hoje o setor patronal apresenta uma proposta igual ou parecida há alguns anos. É no mínimo uma incoerência ou seria incompetência? As escolas reajustam suas mensalidades anualmente, isso é revertido na prática de forma justa para o trabalhador que honram seu dia-a-dia com suas atividades?
O Sindicato dos Professores de Alagoas não se furtará em defender os direitos dos professores, uma vez que é nítida a tentativa de desprestigiar e desrespeitar a categoria.
Alternativas e atitude
A diretoria do Sinpro/AL em breve convocará uma assembleia para decidir se a entidade classista ingressará com o dissídio coletivo na Justiça do Trabalho em relação ao reajuste de 8,5%. Também estará em pauta manifestações nas portas das escolas para expor as problemáticas dos estabelecimentos de ensino: opressão e desvalorização contra os professores e a total mercantilização do ensino.
Somos professores com orgulho e exigimos respeito!