Mercantilização vem derrubando a qualidade do ensino em Alagoas

 

lata de sardinha

Superlotação em sala de aula

 

Por Bianca Ferraz- CadaMinuto Press

Não há professor capaz de discordar que a superlotação em sala de aula reflete diretamente na baixa qualidade da aprendizagem, visto que impossibilita qualquer atividade personalizada, principalmente em relação aos alunos que tenham algum tipo de dificuldade e que, por isso,  precisam de acompanhamento. Não existe, ainda, uma resolução que limite a quantidade de alunos que podem ser matriculados no período letivo e de acordo com o Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro-AL), representante do magistério de iniciativa privada, essa é uma realidade que têm atingido, principalmente, as instituições privadas de ensino superior.

Sem uma lei que lhes imponha um número máximo de alunos que podem assistir aula numa determinada turma, o que vigora é o bom senso dos dirigentes das faculdades, que precisam levar em consideração o espaço físico que comportará esses alunos, se o tipo de estrutura é suficiente e adequada para o conforto tanto de estudantes quanto de professores. “O Sinpro tem, antes de qualquer coisa, a função social de lutar pela qualidade do ensino, principalmente levando em questão os índices educacionais negativos que colocam nosso estado nos noticiários”, afirma Eduardo Vasconcelos, diretor vice-presidente do sindicato.

    Conflito de interesses

Em Maceió, várias instituições de ensino privado foram denunciadas ao sindicato e este, por sua vez, enviou à Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), em fevereiro desse ano, um ofício onde solicita em caráter de urgência que o órgão realize fiscalização em todas elas, que na busca por aumentar seus lucros, vêm lotando suas salas e com isso diminuindo, substancialmente, a qualidade do ensino além de estarem colocando em risco a saúde do profissional docente. Rodrigo Cunha, superintendente do Procon, esclarece que a queixa é procedente porque, de fato, a prestação do serviço vem sendo prejudicada, mas que o aluno precisa manifestar seu incômodo para que o órgão possa agir. “Ele (o aluno) é o consumidor e precisa ser incentivado a nos procurar para que possamos intervir no cumprimento de seus direitos”, esclarece.

A parte alta da cidade, recebeu cerca de 05 estabelecimentos de ensino nos últimos anos e em praticamente todos, há registros de reclamações feitas ao Sinpro-AL, que afirma ser isso a mercantilização da educação, que a depender do envolvimento que se tem com ela, o foco pode ser como água e azeite. Para o aluno, ainda é a busca por conhecimento e boas opções de futuro que o motivam, para as faculdades, abriu-se um novo mercado diretamente atrelado ao capital e à busca por lucros. “Tem faculdade em Maceió mantida com fundos da Ambev. Quem investe na bolsa de ações não o faz para receber retorno em educação”, revela o diretor.