Contee é homenageada na Câmara dos Deputados; Sinpro/AL marca presença na solenidade

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Marcelo Porto, Eduardo Vasconcelos e outros sindicalistas participam de sessão solene na Câmara dos Deputados

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) foi homenageada na Câmara dos Deputados, em Brasília, pelos seus  25 anos em defesa dos trabalhadores e da educação. Quem marcou presença no encontro foram os diretores do Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro-AL), Eduardo Vasconcelos e Marcelo Porto.

A Coordenadora Geral da Contee, Madalena Guasco, que agradeceu aos companheiros e companheiras das entidades de trabalhadores da educação e estudantes que atuaram e continuam atuando ao lado da Contee na defesa da educação pública, gratuita, democrática e de qualidade socialmente referenciada durante os últimos 25 anos.

Um dos pontos abordados por Madalena Guasco foi o debate lançado pela Contee e sua luta pela regulamentação da educação privada e fortalecimento do ensino público no Brasil. Madalena também frisou a participação da Contee e sua força no setor, tanto nacionalmente quanto internacionalmente.

Confira abaixo a íntegra do discurso da Coordenadora Geral da Contee, Madalena Guasco:

Sr. presidente, prezados componentes da mesa: Roberto Franklin Leão – Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE; Carina Vitral – Presidente da União Nacional dos Estudantes – UNE; Eduardo Rolin – Presidente da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico – Proifes Federação e Walisson Mauricio De Pinho Araújo – Secretário Executivo do Fórum Nacional de Educação – FNE;

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Contee: 25 anos em defesa da educação pública, gratuita, democrática e de qualidade

Senhores e senhoras deputadas e outras autoridades aqui presentes.

Primeiramente gostaria de agradecer ao nosso querido deputado Wadson Ribeiro (PC do B – MG), autor do requerimento para que pudéssemos comemorar os 25 anos da CONTEE nessa casa do povo.

Agradecer aos companheiros e companheiras das entidades de trabalhadores da educação e dos estudantes aqui presentes, entidades que atuam de mãos dadas com a CONTEE na defesa intransigente da educação pública, gratuita democrática e de qualidade socialmente referenciada.

A CONTEE nasceu da necessidade de organizar em nível nacional os trabalhadores da educação privada. Há 25 anos os sindicatos democráticos e de luta da categoria se uniram para construir sua entidade nacional.

Aproveito para fazer uma homenagem aos companheiros que foram os fundadores da CONTEE – Luis Antonio Barbagli, Wellington Teixeira Gomes e José Roberto Torres Machado. E aos dois presidentes da nossa entidade, que me antecederam – Wellington Teixeira Gomes e Augusto Cezar Petta.

Quero aqui homenagear também todos e todas os companheiros e companheiras que compuseram as diretorias da Entidade nesses 25 anos, todos e todas construtores dessa entidade.

Quando a entidade foi fundada, há 25 anos, em 1990, iniciava-se no Brasil a implementação de um dos projetos mais antidemocráticos que a sociedade brasileira conheceu: o projeto neoliberal que retirou direitos, transformou direitos em serviços não exclusivos abrindo as portas para a privatização de direitos – como a saúde e a educação –, enfraquecendo as instituições públicas e fortalecendo a mercantilização.

Fez uma reforma da Constituição e do Estado brasileiro para torná-lo inoperante na garantia dos direitos sociais, implementando o que se chamou de Estado mínimo, com a privatização desvairada das nossas riquezas.

Esse governo Neoliberal, que perdurou por mais de uma década, levou o país a bancarrota, com taxas de desemprego alarmantes, com baixo crescimento, privilegiando o capital financeiro em detrimento da produção, quase destruindo a indústria nacional.

Uma década de dificuldades, com desemprego recorde, um salário mínimo pífio. Essa realidade histórica incontestável é a que hoje a mídia das classes dominantes fazem de conta esquecer.

A CONTEE, fundada nessa década, cumpriu o papel de conscientizar os trabalhadores de educação privada que o modelo em curso tinha que ser combatido além de mostrar que a privatização dos direitos, principalmente da educação representava abrir mão de um projeto de desenvolvimento democrático e soberano para o nosso país.

Lançou no debate educacional a palavra de ordem da regulamentação da educação privada e da necessidade de lutarmos para que os interesses privatistas não se sobrepusessem aos interesses públicos e de desenvolvimento nacional do Brasil.

A CONTEE como entidade sindical e de defesa da educação pública, nunca se furtou ao debate político, e foi aprimorando a sua estrutura para dar conta dos desafios que a conjuntura nacional e internacional nos colocava.

A CONTEE, por sua especificidade, teve e continua tendo a missão de alertar que a não regulamentação da educação privada representa uma afronta a educação pública que tanto defendemos.

A essência de sua atuação é o combate à mercantilização e à desnacionalização da educação e a luta pelo desenvolvimento do País, com distribuição de renda, justiça social e soberania nacional.

Durante os anos 90 e início dos anos 2000, as entidades não tinham participação na elaboração e acompanhamento democrático das políticas públicas, porque não havia interesse de que a sociedade organizada participasse da construção de políticas.

Apesar de ter continuado a funcionar o parlamento, esse foi, como já disse, um período antidemocrático.

Na luta pela mudança de curso, a CONTEE desde o primeiro momento se posicionou politicamente pela eleição do presidente Lula para que o Brasil mudasse o curso econômico e político. A CONTEE sente orgulho desse percurso, porque assim como outras entidades de educação e da sociedade civil organizada, não só passou a participar da política nacional de forma respeitosa, como também, viu mudanças importantes no rumo da economia e da politica e da educação em nosso país.

Os dados são reveladores desse constatação.

A Entidade, que foi criada há 25 anos, se consolidou, participando de todos os fóruns nacionais e internacionais e hoje é reconhecida como uma entidade de luta, que elabora políticas de relevância e que sabe construir unidade política, que tem posicionamento na luta pela manutenção dos direitos dos trabalhadores, dos trabalhadores da educação em particular e da sociedade brasileira.

A CONTEE atua internacionalmente tanto nas relações sindicais quanto educacionais e trabalhistas, e para tanto é filiada à Confederação dos Educadores Americanos (CEA), à Sindical de Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), à Internacional da Educação (IE) e à Federação Internacional de Sindicatos de Educadores (FISE).

Atuamos como entidade nessa casa para defender os direitos dos trabalhadores, da educação pública, gratuita e democrática, contra todo tipo de conservadorismo, discriminação e retrocesso.

Nós construímos uma entidade democrática e plural, que tem autocrítica, que avalia historicamente seu percurso, seus erros e acertos, e, nesse sentido, uma entidade viva e representativa que vem crescendo na sua representatividade.

A CONTEE é uma entidade sindical de terceiro grau que congrega quase uma centena de sindicatos e federações de professores(as) e técnicos(as) e administrativos(as) do setor privado de ensino, da educação infantil à superior – representando atualmente cerca de mais de 1 milhão de trabalhadores(as) brasileiros(as).

Vivemos uma situação muito difícil no nosso país, um momento que, diante do acirramento da crise econômica e política, todo tipo de oportunismo emerge e aqueles que levaram o país a bancarrota nos anos 90 se arvoram como salvadores da pátria e que abertamente voltam a defender a retirada do Estado, a privatização completa dos direitos, a adesão do Brasil aos acordos internacionais que retiram a nossa soberania, o fim do Mercosul, o enfraquecimento da aliança dos países da América Latina e novamente a nossa subserviência ao imperialismo norte-americano.

Além dessas vozes, começam a se pronunciar também aqueles que defendem o fim da democracia e a volta do regime de exceção.

A CONTEE está preparada para a luta contra os retrocessos e contra esse projeto nefasto que conhecemos muito bem, que penaliza os trabalhadores, fortalece o capital financeiro e os interesses privados.

Estamos preparados também para defender a democracia e lutaremos pelo seu aperfeiçoamento.

Somos uma entidade de educadores e sabemos da nossa responsabilidade.

Muito obrigada pela presença de todos e todas.

A CONTEE continuará o seu percurso como entidade de luta que não esmorece diante dos desafios.

Madalena Guasco Peixoto – Coordenadora Geral da Contee.