Durante audiência pública professores relatam descaso da educação em Alagoas

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Mesa abriu as discussões sobre a saúde do professor

Durante audiência pública promovida pelo Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) realizado no auditório do Sebrae, em Maceió, inúmeros professores relataram o descaso, a falta de estrutura e as motivações que estão afastando os profissionais de sala de aula. As reclamações, sugestões e desabafos foram demonstrados pelos docentes das redes privada e pública de ensino.

O presidente do Sinpro/AL, Eduardo Vasconcelos, chamou atenção para educação não ser tratada apenas como “discurso”, como acontece ao longo de décadas em Alagoas. “Enquanto não sairmos do discurso que educação é importante, para isso ou para aquilo, e não partimos para prática da mudança, a educação será tratada apenas como demagogia política”, expôs.

Quem também se colocou sobre atual educação no Estado foi o procurador do MPT, Rodrigo Alencar, que destacou o trabalho que vem sendo realizado pelo Ministério Público do Trabalho, Sinpro/AL e o Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest), em busca de informar, fiscalizar e defender os direitos trabalhistas dos professores.

O diretor do Sinpro/AL, Mamede Ferreira, trouxe dados que apontam para o trabalho excessivo dos professores fora da sala de aula. “Os professores trabalham na escola, na sala dos professores, em suas residências; não somos remunerados de forma justo por isso”.

Temas como abandono de emprego por problemas físicos e psicológicos, salas de aulas lotadas, falta de estrutura de som, salas sem climatização, quadro, carteiras e birôs sem condições de uso, quadras poliesportivas descobertas, violência em sala de aula, hora aula desgastante e má remuneração foram alguns pontos colocados na audiência pública e que chamou atenção do MPT. Prontamente o procurador Rodrigo Alencar propôs a criação de um “Fórum de Debates” – que será realizado ainda esse ano  ­– para criação de propostas para reestruturação da educação nas redes privada e pública de Alagoas.

A professora Josefa Vieira fez o uso da palavra para agradecer e parabenizar a iniciativa do Sindicato dos Professores de Alagoas. “O que está acontecendo aqui é algo ímpar. Essa é uma oportunidade para os professores de Alagoas ter voz. Os professores estão adoecendo, estão sendo desvalorizados, desrespeitados, temos que em conjunto mudar essa realidade degradante”, desabafou Vieira.

Por fim, o presidente do Sinpro/AL, Eduardo Vasconcelos, agradeceu a presença de todos os participantes na audiência pública e o empenho da categoria em mudar uma realidade perversa que vem punindo os educadores ao logo do tempo. “Esse “Fórum de Debates” será o desdobramento da audiência púbica. Esse é o primeiro passo para uma transformação real, com passos firmes, da educação em Alagoas promovida por quem realmente vive a educação: nós professores”.

Somos professores com orgulho e exigimos respeito!

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